Tem dias em que me perco em meus enigmas.
Quando consigo contrafazer imensa lacuna
Aturdida vou rabiscando versos sem rimas
Sentimentos peregrinam em densa bruma
Para o ocultodo que sinto, sou rota medida.
Sou esfinge nublosa, sem definição precisa.
Nem as estrelas conseguem indicar a saída
Desse labirinto de interrogações consisas
As certezas pousam ao relento na madrugada
Na oponente palidez dos meus subterfúgios
Exausta de me esquivar nos atalhos da estrada
Esquadrindo atalhos nos meus atemporais refúgios
Á procura de mim saio num nômade mergulho
Não me vejo, mas em sedenta busca, me procuro.
(Glória Salles)